DEFICIÊNCIA...

“A verdadeira deficiência está no abandono dos sonhos, da vontade de viver, do descaso ao proximo. A DEFICIÊNCIA é aquilo que te prende por dentro, que engessa sua alma, sua fé, pois ainda que incapacitados de andar, de enxergar, de ouvir ou de falar, todos somos livres para sonhar, para amar, para ajudar o proximo com uma palavra de afeto, um gesto, um carinho,um sorriso, um abraço.... e somos livres para voar, nas asas da nossa imaginaçao!”

por Marciah Pereira


Este blog é uma ferramenta de Inclusao, informaçao, troca e relacionamento.
Nao só para as pessoas que, assim como eu, tiveram a oportunidade de uma nova chance de vida e estao reaprendendo tudo, mas também, para todas as pessoas que tem interesse em trocar informaçoes, experiências e esclarecer dúvidas.
Para mim,mais uma superaçao!



Conto com a sua visita frequente, com a sua contribuiçao nos comentários dos meus posts, além de sugestoes para os próximos e para as entrevistas.


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Paulinho...

Praia para Todos… ressocializando!

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Posted by Paulo Mauricio | Posted in , , , , , , ,

Fico lembrando daquelas vezes que eu ia à praia,   jogava o meu volley ou futebol e depois de uma cansativa partida, corria para a água e  mergulhava… era uma sensaçao maravilhosa… que me refrescava e reenergizava… que saudade…

Quantas pessoas  tem todas as condiçoes físicas e psíquicas ditas normais e nao aproveitam a  vida, perdem seu precioso tempo reclamando, remoendo passados, dores, vivendo de mágoas, trancadas dentro de casa, trancadas dentro de si …

Há quanto tempo você nao caminha na areia, observa o mar, mergulha…???

Mais um verao veio, só que nesse eu nao pude entrar no mar, já havia tido 2 oportunidades anteriores, uma com os meus amigos Zé Luiz e Everson e a outra com o meu cunhado Marcelo… A Marciah, incansável e paciente como sempre,  me levou à praia um dia bem cedinho… Foram 25 minutos para alcançar a beira do mar aqui no Posto 4 nos meus passinhos de tartaruga, mas nao deu pra entrar na água,  ela sozinha nao conseguiria me ajudar.. ficamos muito frustrados…

Assitindo a novela “Viver a Vida”, fiquei sabendo do “Praia para Todos”   e, desde entao, a inquietaçao e a curiosidade tomaram conta de mim.

Pesquisei no Google,  li sobre essa iniciativa da ong “Novo Ser”… e que bela iniciativa!! Encontrei o site, me cadastrei, recebi o retorno da Nena e do Ricardo Gonzalez, que foram super atenciosos e me informaram que o “Praia para Todos” estaria aqui em Copacabana, no Posto 5, durante todo o mês de abril..

Oba!!!!! Tudo bem que mergulhar tinha ficado para trás, junto com tantas outras coisas que eu gostava de fazer, mas chegava a hora do meu tao sonhado banho de mar

E a ansiedade só aumentava, mas dia 4, que seria o primeiro dia, foi domingo de Páscoa e consequentemente nossas obrigaçoes religiosas, o almoço em família…etc e tal.  No dia 11,  saímos daqui do BPeixoto e a Marciah foi me empurrando na cadeira até o Posto 5. Chegamos lá e a grande decepçao, por causa da ressaca nao houve o projeto. Ainda nao foi naquele dia que eu entrei no mar…  mas nao perdemos o domingo, ela me levou até o Arpoador, passeamos, fizemos algumas fotos… como sempre ela nunca me deixa perder o ânimo.

Terceiro domingo de abril!

Chegou o grande dia!!!  Um lindo domingo, céu de brigadeiro!

A Márciah acordou um pouco cansada (na véspera foi a festa de aniversário da  Danielle  e dormimos bem tarde),  sugeriu que fossemos de Metrô, porque empurrar cadeira de rodas aqui pelas ruas é uma verdadeira maratona… coitada… e coitado de mim tambem que  vou pulando que nem pipoca… Entramos na estaçao  Siqueira Campos, ao lado de casa,  descemos uma estaçao depois, na Cantagalo… foram 15 minutos procurando um funcionário do Metrô para nos ajudar a sair para a rua… o elevador para deficientes estava quebrado e nao havia nenhuma indicaçao, nao havia ninguém para colocar a minha cadeira na escada rolante… mas depois de tanto esperar, desistimos… mas nao da praia…

Ainda na plataforma, bastante chateados, esperamos o próximo trem e nos dirigimos até a próxima estaçao, Ipanema. Nao sabíamos que a saída pela  Bulhoes de Carvalho nao tem acesso para deficientes. Além de nao possuir elevador até a rua,  o elevador que leva até os dois lances de escada rolante, estava inoperante… e o pior disso tudo, pasmem, a estaçao acabou de ser inaugurada e nao se preocuparam com a acessibilidade para cadeirantes nesta saída... mas sobre o Metrô Rio, falarei em um novo post.

Apesar dos infortúnios, ainda tinha certeza que valeria a pena ir à praia…

Foi difícil chegar até a Atlântica, até porque  acesso pela Rua Souza Lima ao calçadao da orla, nao  existe. O meio fio tem cerca de 25 cm de altura, teríamos que andar bastante até o próximo sinal, onde conseguiríamos atravessar, mas era longe…nossa quanta dificuldade para um cadeirante…  Nao bastasse a dificuldade em subir e descer os 25 cm de meio fio,  esbarramos com mais um problema. A ciclovia também tem meio fio alto. Mas as vezes aparece uma boa alma que ajuda a suspender a cadeira…. e apareceu, claro!

O Banho de Mar foi diferente,  entrar sem andar …. mas gostoso do mesmo jeito…aquelas ondas batendo… fiquei lá quase 30 minutos, eles ficariam  mais tempo comigo, na maior boa vontade,  mas a Marciah sugeriu que saíssemos, pois outras pessoas tambem aguardavam… mas  ficou um gostinho de quero mais…

Só tenho a agradecer muito a Deus por isso, foi mais uma  consquista e mais uma superaçao… e, apesar de nao ser mais quem eu era antes em muitos aspectos, eu estou ótimo e feliz.

Nao tenho  palavras para descrever a Equipe do “Praia para Todos”… o mínimo que posso dizer é que  todos sao super gentis carinhosos e interessados. Em especial, preciso agradecer aos três jovens que cuidaram de mim,  a Sarah, a Perla e o Denis, que foram adoráveis o tempo todo e a Marciah, claro, porque se nao fosse a perseverança e pela boa vontade dela em me levar para passear, isso também nao teria acontecido.  Muito obrigado por realizarem mais este sonho!!!!

E fica uma coisa a pensar… ás vezes um deficiente físico tem uma família  e ninguém dessa família se predispoe a perder algumas horas, de um dia qualquer, para o levar para um passeio, para tomar um sorvete que seja ou um café na esquina… e aí, este grupo voluntariado do “Praia para Todos”,  que trabalha e estuda durante a semana,  se predispoe a nos conceder os domingos deles, proporcionando momentos  maravilhosos para todos nós… e sem pedir nada em troca… sem nunca ter recebido nada de nenhum de nós…

Muito obrigado a vocês do “Praia para Todos”!

Clique nas fotos para ampliá-las.

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Acima, Denis, Perla, Sarah e eu… “Praia para Todos” é o máximo!

Um pouco tímido no depoimento…

Utilidade Pública: Credenciais de Estacionamento para Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais e Idosos

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Posted by Paulo Mauricio | Posted in , , , , ,

Segundo o Conselho Nacional de Transito, a partir de agora, só podem estacionar nas vagas epeciais - reservadas para portadores de necessidades especiais e idosos - pessoas devidamente cadastradas e identificadas.
Antes, era obrigatório um adesivo colado no vidro do carro para que utilizassem a vaga especial porém, a nova credencial acaba com essa exigência.

Facilitará demais porque nem sempre o credenciado utiliza o mesmo veículo, basta ele levar sempre consigo a credencial e deixá-la no painel, bem a vista.
Os adesivos especiais já estão sendo substituídos por credenciais, que sao válidas em todo país.

Como ter direito a este benefício:


O cadastramento é feito no órgão de trânsito da sua cidade
Apresentar cópias e originais: carteira de identidade, CPF e comprovante de residência.
Para portadores de necessidades especiais, é necessário apresentar um laudo médico emitido pelo Sistema Único de Saúde.

Nao perca a oportunidade de fazer valer os seus direitos!

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Fonte: Acessibilidade no MS

"Nunca me dei o direito de desistir, nem nos piores momentos. Eu acredito muito na vida"- Monica Messias

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Posted by Paulo Mauricio | Posted in , , , ,

Madrugada de 2 de abril de 2010. Assistíamos ao programa do Jô e ao término deste, comecei a escanear os canais à procura de algo interessante... encontrei... Infelizmente a entrevista já estava terminando, mas pude ver aquela bonita jovem falando do seu livro e de sua experiência de vida.
Procurei informaçoes no Google e ficamos tao motivados que entramos em contato com ela, solicitando autorizaçao para publicar a fantástica historia dela aqui na nossa pagina.

Leiam o artigo que o repórter: Marcelo Abreu, do Jornal Correio Braziliense, escreveu sobre Monica Messias, autora do livro "DOÇURA AMARGA".

Capa Doçura Amarga

O livro de Doçura Amarga de Mônica Messias, é uma história recheada de emoção. Depois de ouvir tudo o que aquela moça diz, só fica uma certeza: a vida é mesmo uma lição diária. Às vezes, inexplicável. Às vezes, dolorosa. Às vezes, um verdadeiro milagre. E ela, a protagonista dessa história, mesmo com todas as marcas que isso lhe causou, apostou apenas na vida: "Vivi sempre esperando o dia seguinte. Eu acreditava que uma coisa muita boa ainda fosse chegar".
Segunda-feira, 11h30 da manhã. Lá está Mônica Pinto Messias, hoje com 36 anos, moça bonita, de cabelos compridos e sorriso apaixonante. A conversa é na sala espaçosa, da casa com poucos móveis, com piso de tábua corrida, na QL 10 do Lago Sul. Os olhos da moça, mesmo opacos, revelam expressividade. Ela fala da vida como se contasse uma história. Uma longa história. Ela sabe que é a melhor - por mais dolorosa - que tem para contar.
Para entender como essa história começa é preciso retroceder. Voltemos aos dois anos de vida da menina. Nessa época , o médico recomendou, sem explicar muito aos pais, uma dieta alimentar. Fez apenas restrição ao açúcar. Mas não alertou mais que isso. A menina crescia, junto com seus três irmãos. Era peralta e até então saudável. Aos 11 anos, uma tosse muito forte a levou ao médico novamente. Suspeitava-se de bronquite. Gordinha, ela começou a emagrecer assustadoramente. Sentia muita sede, bebia muita água e fazia muito xixi.
Um exame detectou glicemia alterada (níveis altos de açúcar no sangue). Era diabetes do tipo 1, o mais grave. E a recomendação médica foi mais rigorosa quanto à dieta. Aos 11 anos, a menina passou a fazer uso de insulina. Mas a vida seguia. Aos 14, ela era uma adolescente saudável. "Como eu jogava vôlei e tinha sempre uma atividade física, de vez em quando eu fugia da dieta. Comia doce e chocolate, minha tentação", conta.
Mas veio a rebeldia da adolescência. As amigas eram todas muita saudáveis. E ela queria ser igual às meninas de sua idade. "Vivia como se não tivesse diabete. Comia de tudo. Quando exagerava, a única coisa que sentia era muita sede e ia mais vezes ao banheiro", lembra.
Aos 17 anos, estudiosa, fora aprovada em dois vestibulares. Cursava educação física de manhã e psicologia à noite. "E ainda trabalhava à tarde numa loja. Me sentia o máximo porque comecei a ter meu próprio dinheirinho." A vida, o diabetes e as aplicações de insulina continuavam. Aos 19 anos, Mônica foi morar em Londres. Queria aprender inglês. Lá, por seis meses, admite que se descuidou da dieta. "Fui mais negligente." Chocolates, sorvetes e todas as guloseimas doces entraram no seu cardápio. Sem culpa.
O início do drama
Na volta ao Brasil, Mônica terminou o curso de educação física, arrumou um emprego na Câmara dos Deputados e levava, mesmo com as doses diárias de insulina, uma vida ainda normal. Saía com os amigos e, de vez em quando, se permitia escapar da dieta. "Eram sempre escapadas com muita culpa", recorda-se.
Aos 23 anos, um exame de fundo do olho revelou o que de pior estava por vir. O médico lhe disse que havia pequenas hemorragias (derrames) nos vasos do olho esquerdo. Sinal de que o diabetes estava começando a apresentar danos. "É uma doença que vai te destruindo silenciosamente. Quando aparecem os sinais, são quase irreversíveis", reconhece.
A dieta teve que ser mais rigorosa ainda. E mesmo assim, a hipoglicemia (baixos níveis de glicose no sangue) não era mais controlada. Vieram os desmaios freqüentes. E as primeiras complicações renais (também em função do diabetes) começaram a aparecer. Mas, naquele momento, a maior preocupação era com os olhos. A visão estava cada vez mais embaçada. Aos 24 anos, tentou-se uma cirurgia, em Goiânia. Mônica nunca mais enxergou do olho esquerdo. Só lhe restava, então, a visão do olho direito. Foi, de fato, o primeiro grande golpe da doença.
Aos 25 anos, enquanto assistia a um programa de televisão, uma mancha vermelha (na verdade uma grande hemorragia) cobriu-lhe todo o olho direito. Foi a última vez que enxergou alguma coisa. Mônica ficara cega. "Mas eu ainda tinha alguma esperança de que a situação se revertesse". Onze anos depois, a visão nunca mais foi recuperada.
O rim e o pâncreas:
A moça bonita teve que se adaptar ao difícil momento que a vida lhe reservara. Aos 25 anos, no auge da produtividade, cheia de planos e sonhos, namoro, estava sem visão. E o golpe mais duro: enxergar-se como uma pessoa cega. "Sempre tive aflição de gente cega. Me lembrava, quando era adolescente e andava de ônibus, daquelas pessoas entrando e pedindo esmolas." Mas ela precisava encarar o novo momento. Foi aprender braile numa escola para deficientes visuais, na 612 Sul. "Ali, comecei a mudar meu conceito sobre pessoas cegas", diz, emocionada.
E o drama não parou por aí. Os rins começavam a falhar. E vieram as dolorosas sessões de hemodiálise e depois diálise peritonial. Mônica vivia em hospitais. As crises eram terríveis. Quando voltava para casa, procurava fazer alguma coisa que lhe desse prazer. Descobriu que escrever era uma delas. Com um computador adaptado para cegos, escrevia coisas sobre ela mesma, sua família, os amigos. "Coisas que nunca falava para ninguém. Mas era apenas para passar o tempo.".
Os escritos ficaram cada vez mais constantes. Mônica passava noites em claro escrevendo. Quando percebeu tinha feito um livro. O nome? Doçura amarga, conseqüências do diabete. Em agosto de 1999, com recursos próprios, o livro foi lançado. Virou um sucesso.
Mas os problemas de saúde continuavam. Os rins, definitivamente, pararam de funcionar. As crises de hipoglicemia eram quase diárias. Só havia uma saída: transplante. O pai de Mônica, vasculhando a internet, descobriu que em São Paulo uma equipe realizava, ainda em caráter experimental, um duplo transplante: de rim e pâncreas (órgão responsável pela produção de insulina). Seria uma tentativa. A única chance para continuar vivendo.
Ainda em 1999, ela e mãe, a professora de música Virgínia Messias, de 60 anos, mudaram-se para São Paulo. Mônica submeteu-se a uma baterias de exames. Entrou na fila de doador cadáver. A espera era angustiante. Em 2002, um telefone de madrugada, a chamou para o grande momento. Havia um rim e um pâncreas a sua espera. No Hospital Albert Einstein, na capital paulista, Mônica passou sete horas dentro de um centro cirúrgico. A cirurgia, a princípio, foi um sucesso. Três meses depois, ainda internada, o rim parou de funcionar. Era, mais vez, a esperança indo embora.
Mas o inesperado bateu à sua porta. Como milagre, sete meses depois, em novembro de 2002, um novo rim chegou. Mais um transplante, no mesmo hospital. Em 2003, a equipe médica lhe deu alta. Há quase três anos, Mônica está de volta a Brasília. Leva uma vida normal. "Nem restrição a açúcar eu tenho mais", conta. E brinca, com um sorriso encantador: "Mas não como muito para não perder a forma".
Matriculou-se numa academia de ginástica perto da sua casa. Vai, todos os dias, com a mãe, sua inseparável companheira. Faz musculação e alongamento. E voltou a fazer planos. "Nunca me dei o direito de desistir, nem nos piores momentos. Eu acredito na vida", diz, com os olhos marejados. Depois, abre um sorriso e comenta, deslumbrada com o atual momento: "É ótimo acordar na madrugada e fazer xixi. Sinto uma enorme sensação de bem-estar. Cada dia tô mais próxima do que era". Sobre a cegueira, um momento de silêncio. E a confissão: "Continuo, mesmo depois de 11 anos sem enxergar, tentando me adaptar a ela. Ainda é muito difícil".
Duas horas e meia ouvindo Mônica falar é ter a certeza de que a vida é mesmo um grande desafio. E, por algum motivo ainda não explicado, algumas pessoas o fazem melhor. Essa moça é o grande exemplo disso. Deixa até o ser humano mais humano.
** Fonte: (Jornal Correio Braziliense, repórter: Marcelo Abreu) Data: 04/07/06 **
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