DEFICIÊNCIA...

“A verdadeira deficiência está no abandono dos sonhos, da vontade de viver, do descaso ao proximo. A DEFICIÊNCIA é aquilo que te prende por dentro, que engessa sua alma, sua fé, pois ainda que incapacitados de andar, de enxergar, de ouvir ou de falar, todos somos livres para sonhar, para amar, para ajudar o proximo com uma palavra de afeto, um gesto, um carinho,um sorriso, um abraço.... e somos livres para voar, nas asas da nossa imaginaçao!”

por Marciah Pereira


Este blog é uma ferramenta de Inclusao, informaçao, troca e relacionamento.
Nao só para as pessoas que, assim como eu, tiveram a oportunidade de uma nova chance de vida e estao reaprendendo tudo, mas também, para todas as pessoas que tem interesse em trocar informaçoes, experiências e esclarecer dúvidas.
Para mim,mais uma superaçao!



Conto com a sua visita frequente, com a sua contribuiçao nos comentários dos meus posts, além de sugestoes para os próximos e para as entrevistas.


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Paulinho...

Convite para Exposiçao 2010

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Posted by Paulo Mauricio | Posted in

Convido a todos a visitarem a primeira exposiçao da qual participo com minhas telas!

convite 2010

Espero vocês lá. Maiores informaçoes 21- 7819 93 13

Abçs,

Paulinho

AVC em Jovens

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Posted by Paulo Mauricio | Posted in , , , , , , ,

Se vocês pensam que AVC só ocorre com as pessoas de meia idade ou mais velhas, quebrem este paradigma!

A estatística anual é de que no Brasil, cerca de 20 MIL jovens são acometidos por acidente vascular cerebral. Isso é muito sério!

Mas quais as razoes do AVC em jovens?

Em grande parte das vezes,  a aterosclerose*, que é um tipo de arteriosclerose, é a responsável. Responsabiliza-se também os problemas congênitos, arritmias cardíacas e o uso de ANTICONCEPCIONAIS

Depois que publiquei o post anterior, recebi um depoimento de uma jovem médica gaúcha, a Lucia Gutheil Gonçalves(foto), contando sua experiência e achei muito conveniente publicar aqui no blog.

lucia gonçalves

Foto:Liane Neves – Veja.com

“Nessa tarde chuvosa em Porto Alegre, resolvi ler o blog do Paulinho. Sempre acompanhava alguns comentários pelo Facebook, mas nunca tinha acessado o site. Como já passei por uma experiência semelhante, que poderia ter sido evitada, me sinto na obrigação de dar o meu depoimento para que ele sirva de alerta para muitas mulheres que estão correndo risco de ter AVC e nem sabem!

Era maio de 2004, tinha apenas 23 anos, estava recém-formada em Medicina e iniciando minha residência em Pediatria.

Após um dia intenso no hospital, era hora de sair com amigas para começar a curtir o final de semana. Tinha acabado de me maquiar e só precisava pegar a bolsa para sair. No momento em que tentei fazer o gesto, meu braço não se moveu. Pensei em me sentar para relaxar e dessa vez, foi a perna direita que não obedeceu ao meu comando. Caí. Deitada no chão e com a parte direita do corpo paralisada, consegui pegar o celular e ligar para minha mãe: "Meu corpo não se move". Não podia emitir nem mais uma palavra… Minha mãe, que também é médica, entendeu imediatamente o que estava acontecendo e daí em diante foi tudo muito rápido, em meia hora recebi o diagnóstico de isquemia cerebral em um pronto-socorro hospitalar.

Fui extensamente investigada, diversos exames realizados e repetidos para descobrir a causa. Todos os resultados foram normais. Os médicos concluíram que os meus únicos fatores de risco para ter tido o AVC foram: ter enxaqueca com aura (aqueles sintomas que acompanham a enxaqueca, como formigamento ou dormência, ver luzinhas brilhando,...) associado ao uso de pílula anticoncepcional.

São inúmeros os estudos científicos que demonstram que quem tem enxaqueca com aura e usa pílula anticoncepcional tem um risco muito maior de desenvolver AVC isquêmico.

Esse dado é extremamente importante de ser divulgado, uma vez que muitos outros casos podem ser evitados. Eu já fiz várias amigas pararem de usar hormonios, mas uma delas, que ainda tomava pilula, teve um AVC há 45 dias. Mais uma pra estatística.

A minha grande sorte foi ser atendida imediatamente. Consegui recuperar 100% dos movimentos e da sensibilidade. Nao fiquei com nenhuma seqüela.

Nunca vou esquecer o dia do meu renascimento, 21 de maio de 2004. Desde esse dia, comemoro anualmente o meu segundo aniversário!

Fica aqui o meu alerta! Divulguem!

Lúcia”

Muito obrigado Lúcia pelo seu depoimento! Espero que mais pessoas enviem suas experiências para eu que possa publicar aqui no blog, que é o NOSSO canal de alerta!

*A aterosclerose é uma doença que atinge artérias de grande e médio calibre, como as artérias coronárias, as artérias carótidas e as artérias dos membros inferiores. É caracterizada pelo depósito de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias, reduzindo seu calibre e trazendo um déficit sanguíneo aos tecidos irrigados por elas e é causada por alimentaçao errada, ócio, longos períodos na frente da TV ou do computador e tabagismo. Essa doença é predominante no sexo masculino, pois as mulheres são "protegidas", desviando suas gorduras sanguíneas para a produção de hormônio feminino (estrogênio). só que essa "proteção" desaparece na menopausa e o o uso de anticoncepcionais. fonte: Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular-Regional Rio de Janeiro

Descaso, Despreparo ou Negligência Médica??

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Posted by Paulo Mauricio | Posted in

 

Na véspera do  meu AVC, ao acordar, senti uma pontada na testa, acima do olho. Foi uma  dor forte e minha visao do olho direito ficou turva.

Na minha ignorância total sobre o assunto, imaginei que pudesse ter sido porque  eu estava deitado no quarto escuro, fazia um lindo dia  de sol e ao abrir a janela, uma claridade muito forte invadiu o quarto.

Tomei meu banho, meu café, me arrumei e a sensaçao de visao turva continuava. Sentei para assistir a final da Fórmula 1 enquanto a Marciah se arrumava para sairmos.

Num determinado momento disse a ela que estava sentindo uma sensaçao estranha, como se tivesse perdido a força da mao esquerda, mas conseguia abrir e fechar.

Imediatamente nos dirigimos ao Hospital 9 de Julho, em SP.

Chegando lá relatamos o ocorrido e solicitamos atendimento na emergência, que demorou cerca de 40 min pra iniciar.

Passamos por uma triagem com enfermeiras, onde relatei o que sentia e elas fizeram um teste de força. A essa altura eu já nao sentia mais o incômodo da “falta de força”, mas continuava com a visao turva e enjoado.

Ao sermos chamados para aconsulta, relatei tudo novamente, era um médico de mais de 50 anos. Senti confiança por nao se tratar de um residente, como é comum à tantas emerências de hospitais. Ele solicitou um exame de sangue, me encaminhou para uma saleta com poltronas, onde as pessoas ficam recebendo soro e depois de muito mais de 3 horas no hospital, cogitaram fazer uma tomografia, descartada por esse médico que me atendeu.

Estava cansado, com o estômago vazio e fiquei deitado no colo da Marciah, no banco do hall dos consultórios, aguardando o resultado do exame de sangue, anoitecia. Nao havia me alimentado e nem sabia exatamente o que era aquele mal estar, afinal eu nao sou médico, só que além da deficiência visual, sentia fraqueza, formigamentos nas maos e enjôos…

Nesse meio tempo, troca de plantao, e o médico que me atendeu tinha ido embora. Agora uma jovem médica atendia no lugar dele. Ela me chamou para passar o resultado do exame de sangue e disse que estava tudo normal, me aconselhou a procurar um oftalmologista e que eu estava liberado. Foi o grande erro!

Ao sair do consultório, senti como se o meu lado esquerdo estivesse desmontando, mas recuperei-me em segundos. “O senhor está fraco”, disse-me uma funcionária do hospital. Melhor se alimentar. Vá para casa, coma alguma coisa leve e descanse.

Voltamos pra casa, já era noite, comemos algo e fui dormir.

No dia seguinte continuava com a visao turva, mas tinha negócios em andamento no escritório e tinha que ir lá para resolvê-los. À tarde fui ao oftalmologista, fiz um exame de fundo de olho e o médico nao detectou nada, prescreveu-me um colírio…

Nao fui displicente, procurei um dos bons hospitais de SP, fui consultado por enfermeiras,  dois clínicos, no dia seguinte por um oftalmologista, que apenas me prescreveu um colírio…. e ninguém detectou nada??????? No hospital me colocaram no soro, é esse o procedimento????

Leiam o artigo publicado no site http://www.drashirleydecampos.com.br :

É importante conhecer os sintomas do acidente isquêmico transitório, pois podem anteceder em dias ou semanas o verdadeiro AVC. Os principais sintomas incluem: fraqueza muscular, paralisia, perda da sensibilidade e formigamento, dificuldade para articular as palavras (disartria), dificuldade para elaborar a linguagem ou para compreender a linguagem (afasia), sintomas visuais como visão dupla, ou perda do campo visual à direita ou à esquerda (hemianopsia). Nos AITs, às vezes, os doentes podem perder a visão num olho durante minutos, situação conhecida como amaurose fugaz. Pode ocorrer também vertigens, que se caracterizam por instabilidade com sensação de que as coisas estão girando ao redor da pessoa, associada a náuseas e vômitos.

É, eu tinha tido um AIT, só que infelizmente isso só foi descoberto após eu ter tido o AVC, quando a Marciah pesquisava sobre o assunto na internet.

Achei super importante falar sobre isso aqui no Revivendo e Reaprendendo, porque o derrame é a doença que mais mata no Brasil – a cada ano, 100 000 brasileiros morrem vítimas da doença.  Dos que sobrevivem a ele, cinco em cada dez ficam com sequelas permanentes. A gravidade da doença depende tanto do local atingido quanto do número de vasos que foram comprometidos pela falta de irrigação sanguínea.

Nao deixem de ler o proximo post, onde falarei sobre o AVC, fatores de risco,  fibrilaçao atrial, tratamentos, sobre a nova descoberta da medicina, o Watchman e sobre o aumento progressivo do  AVC em jovens: correlaçao entre AVC, enxaquecas e pílulas anti concepcionais.

Elevando a Auto Estima com as Artes

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Precisava de algo que me ajudasse a manter a auto estima elevada, o que é muito difícil quando nos tornamos deficientes físicos.

Buscamos várias alternativas e a Claudia Wahed, nossa amiga, indicou o curso de Belas Artes que ela frequenta. A Marciah foi até lá conhecer o local, verificar a acessibilidade e a possibilidade de me integrar com a turma. Voltou muito animada, após conversar com a Anna Trancoso, a professora do curso, que foi super receptiva e incentivou o meu ingresso no grupo.

Ficamos um pouco preocupados porque a minha área do cérebro relacionada com as artes está totalmente destruída. Se antes de ter o AVC  eu jamais hava pintado qualquer coisa, como seria agora?

Pesquisamos diversos artigos que indicavam as artes plásticas como fator importante para o desenvolvimento do indivíduo seja intelectual, emocional, social, perceptivo, físico, estético ou criador. Era tudo que eu precisava!

A Anna Trancoso é artista plástica, formada em História da Arte e pós graduada em Arteterapia. Dedica algumas horas da sua semana transmitindo seu conhecimento.

Fiz uma entevista com ela e gostaria de compartilhar com vocês!

Anna, me fale um pouco da sua trajetória artística e profissional.

Começei a pintar ha mais de 20 anos. Frequentei vários cursos e participei de muitas exposições coletivas no Rio e no exterior. Ganhei alguns prêmios. Fiz  vernissages individuais no Rio, em Roma e recentemente, em Paris.

Na sua opiniao  as artes plásticas sao coadjuvantes na recuperação de sequelas neurológicas?

Sim. Esta comprovada a importância da Arteterapia em qualquer processo de recuperação, seja neurológico ou nao. Dentro da minha formação e com a prática de outros alunos que me procuraram com o mesmo objetivo e obtiveram sensível melhora, afirmo que a prática da arte é totalmente recomendável.

O seu grupo de trabalho é misto. No nosso grupo por exemplo, o único deficiente sou eu. Você sente que há algum tipo de discriminaçao por parte dos outros aprendizes?

Nunca houve discriminação nos meus grupos e acho esse fator primordial para a inclusao desses alunos. Todos se sentem como parte integrante de um todo. O momento da criaçao é único e, apesar de cada um pintar a sua própria tela, há uma enorme sinergia no grupo.

Agradeço demais pelo carinho e respeito de todos da nossa turma e pela atençao que a Anna tem me dedicado, pois sem ela nenhuma das minhas telas teriam sido pintadas.

Meus dias ao lado de vocês tem sido melhores, me sinto feliz e com a auto estima elevada. Se hoje posso produzir as minhas próprias obras, só tenho a te agradecer!! Obrigado Claudia por ter me apresentado uma pessoa tao especial quanto a Anna!! Obrigado Anna!!!!

O Atelier da Anna Trancoso é na rua Saturnino de Brito, 67 – Jd Botânico - RJ

Qualquer dúvida ou maiores informaçoes, envie um email para

 annaluizatrancoso@globo.com 

Minhas obras, clique para ampliar!

Telas 

blog paulo1

Muito Prazer Cadeira de Rodas…

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Foi muito difícil quando soube que  precisaria dela pro resto da minha vida…

Estava no hospital em SP e perguntei a Marciah como seria a minha vida a partir daquele momento…  espirituosa, habilidosa  e sensível, como ela é,  procurou me confortar e disse que teria o maior orgulho  em passear comigo na cadeira… sempre levando as coisas na brincadeira, tentando tirar o melhor de cada situaçao…

Lembro também da primeira vez que “fui apresentado” a minha cadeira. Eu ja tinha chegado no Rio. Meu neto o Igor providenciou um modelo  “moderno” e confortável.

Ela chegou linda e sorridente no hospital Rio Mar, entrou no quarto empurrando a cadeira e me disse: “Vamos descer e dar uma voltinha no seu “carro” novo… seu primeiro passeio tem que ser comigo!”

Foi estranho demais me ver diante daquela situaçao. Senti um misto de medo,  angústia, dor e ao mesmo tempo ânimo em poder sair para passear sem estar deitado na maca, sem estar numa ambulância. Eu poderia olhar pra frente, como todos. Há quase dois meses eu só sabia o que era olhar para os tetos.

Era uma tarde agradável, de dezembro. Ela foi conversando comigo todo o tempo, falando coisas positivas, tentando me colocar para cima. Falava da felicidade de poder compartilhar comigo aquele momento, que era tao novo para ela quanto para mim,  da importância de estar vivo e  de ser ela a me levar para passear pela primeira vez.

Nessa época eu ainda nao conseguia colocar minhas idéias em ordem para poder conversar adequadamente. Mas eu ouvia e olhava tudo. Era muito diferente para mim nao poder fazer aquele caminho de maos dadas com ela… apesar de querer me animar com o jeitinho dela,  era uma coisa que eu nao podia  controlar… Eu senti muita dor, muita tristeza……

Chegamos a área externa e, na lateral do hospital, havia uma alameda de árvores e ela resolveu me levar até lá. Para quem conhece a Marciah, sabe que vindo dela tudo pode ter uma conotaçao diferente,  até o primeiro passeio em cadeira de rodas que poderia ser angustiante ou  trágico pode virar algo agradável ou até mesmo uma comédia…

Ela foi entrando comigo entre a alameda, falando da beleza da tarde, do verde das árvores, do entardecer agradável… da felicidade daquele momento…

Nosso primeiro passeio foi realmente inesquecível e fez com que esquecesse aquela tristeza…  de repente nos vimos cercados e atacados por centenas  de mosquitos, muitos mesmo, como eu nunca havia visto em toda a minha vida. Desesperada, ela nao sabia se espantava os insetos ou empurrava a cadeira. Entao começou a correr, empurrando a cadeira,  rindo muito… Os mosquitos estavam grudados no nosso corpo, nos picando, estava famintos! Eu nao consegui espantar nenhum e ela tinha que tirar os que estavam grudados nela e em mim. Foi realmente muito engraçado…

Depois de toda a correria, já no saguao do hospital, caímos na gargalhada, as pessoas passavam, olhavam pra nós, com cara de espanto,  com certeza imaginando como  duas pessoas poderiam se divertir diante da doença e de uma cadeira de rodas…

Foi assim que eu conheci a minha cadeira e que comecei a ter força e certeza que me desvencilharia dela aos poucos, nao sabia como, mas sabia que conseguiria.

Ainda preciso dela para longos trajetos e continua me incomodando a forma como as pessoas me olham quando estou sentado nela. Aliás as pessoas nao se dao conta de que pela expressao facial, posso perceber que me olham como se estivessem vendo uma “coisa rara”, algo sujo,  muito incomum, alguém digno de pena…

E foi assim que ao dizer “Muito prazer cadeira” pude ser apresentado também ao preconceito, às caras feias e expressoes de pena para nós cadeirantes  e a falta de acessibilidade!

 

A esperança e a “Caixa de Pandora”

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Sempre tive curiosidade em saber mais sobre mitologia, mas pra falar a verdade, nunca tive tempo para me aprofundar no assunto. Tantas coisas para fazer, tanto trabalho, muitas pessoas para cuidar e me preocupar, me sobrava pouco tempo para as leituras, estava sempre ocupado.

Hoje, depois de tudo o que aconteceu comigo e com a convivência com a Marciah, que adora ler e pesquisar, me aprofundei no hábito da leitura, de obter novos conhecimentos, afinal se nao for assim, além dos meus dias nao terem fim, continuarei a margem das maravilhas que encontramos nos livros.

Vocês sabem o que é a “CAIXA DE PANDORA”???

A Marciah estava preparando um material para uma consultoria que ela fará e precisou ler mais sobre a “Caixa de Pandora”… ótima oportunidade para mim, que fiquei encantado com o que se descortinou diante dos meus olhos.

Aproveito para dividir com vocês o texto que ela escreveu sobre o tema. Divirtam-se!!

caixa de pandora

“A CAIXA DE PANDORA”     (por Marciah Pereira)

Segundo a mitologia, a Terra era sombria e sem vida.

Os Deuses e a natureza resolveram colocar todas as coisas nos seus lugares.

Os Titãs Prometeu (o que prevê) e o seu irmão Epimeteu (o que pensa depois), foram incumbidos de criar a vida para a Terra.

Epimeteu criou os animais, com suas características distintas, mas ainda faltava um tipo de animal que pudesse servir de “recipiente” para os espíritos.

Pensando nisso, Prometeu molhou um pouco de Terra e com isso criou a argila. Com ela, iniciou o processo de criação deste “animal”, modelando um boneco de forma semelhante a dos Deuses. Assim ele criou a forma do Homem.

Então, Prometeu pegou todas as características que Epimeteu deu para os animais e as pôs no Homem, dando-lhes assim a vida, mais faltava algo ainda mais forte.  Atena (filha de Zeus e Métis), uma deusa que admirava a obra dos dois Titãs, deu ao Homem o Espírito, criando assim a Humanidade.

Zeus (aquele que reluz), Deus do Céu e da Terra, 6º filho de Cronos (Rei dos Titãs) e Reia, era muito ambicioso e após destronar seu próprio Pai, numa batalha que durou 100 anos, voltou suas atenções à Humanidade e dela cobrava devoção.

Prometeu e Epimeteu, filhos do Titã Jápeto, mesmo não tendo participado da batalha de Cronos X Zeus, eram considerados inimigos e os seres humanos, uma ameaça constante.

Prometeu e Zeus se encontraram em Mécane (antiga Grécia), para decidirem os direitos e deveres da Humanidade.

Em defesa da Humanidade e pondo a prova a visão clara e justa de Zeus, Prometeu matou um belo e imenso touro e o dividiu em duas partes. Ele tirou os ossos das duas partes, num monte colocou toda a carne e no outro, todos os ossos, cobertos com o sebo e a pele do animal, tornando-a maior que o monte de carne.

Com a intenção de que satisfeitos os Deuses não exigissem tanto da Humanidade e, sabendo da soberba de Zeus,  pediu à eles que escolhessem uma das partes e a outra caberia aos homens... e assim aconteceu. Só que Zeus descobriu a farsa e com toda a sua ira, negou à humanidade o último dom, o Fogo, que traria a luz, a inteligência, que manteria a vida....

Para salvar a sua criação, Prometeu roubou uma centelha de fogo celeste e a deu aos homens.

Ao perceber que a claridade que vinha da Terra era o fogo roubado, Zeus ficou revoltado e mandou prender Prometeu. Colocando-o numa corrente que não partiria nunca, na beira de um penhasco muito alto. As águias vinham e comiam suas vísceras, mas como ele era imortal, durante a noite todas as vísceras e tecidos se recompunham, fazendo com que ele passasse a viver em eterno sofrimento.

Antes de ser preso, Prometeu pediu ao irmão Epimeteu que jamais aceitasse qualquer presente que viesse de Zeus.

Zeus, decidido em exterminar a Humanidade, criou junto com os outros deuses, Pandora, uma semideusa, mulher maravilhosa, com os melhores atributos das Deusas, só que ainda mais linda, sedutora, inteligente. Além disso, Hermes, um dos deuses do Olimpo, dotou-a de curiosidade, falsidade e malícia.

Certo de que ela acabaria com a humanidade, Zeus enviou Pandora para Epimeteu e, de presente de casamento, enviou um jarro com tampa, denominado de “caixa”.

Dentro dela, ele colocou todos os males que assolariam e exterminariam a humanidade, causando muitas dores e sofrimentos...

Epimeteu, encantado e seduzido com a beleza e as virtudes de Pandora, esqueceu-se do que Prometeu havia lhe pedido e aceitou o presente de Zeus. Ficou totalmente apaixonado e casou-se imediatamente com ela..

Após o marido adormecer, a curiosidade Pandora veio à tona, ela pegou a “caixa” e a revirou por todos os lados, até encontrar uma forma de abri-la.

Ao abrir a Caixa, Pandora libertou todos os horrores, pragas e males que atingiriam e dizimariam a humanidade... Epimeteu acordou assustado e, vendo o que saía da caixa e a cara de pavor de Pandora, correu até ela e conseguiu fecha-la novamente, deixando um único mal trancado...

Todo o tipo de sofrimento invadiu a humanidade, dores, doenças, catástrofes, miséria, fome...

Porém, nem tudo estava perdido, havia um mal trancafiado no jarro, na “Caixa de Pandora” e justamente esse mal, era o destruidor da ESPERANÇA…

A esperança não murcha,  não cansa,  não sucumbe a crença. Vão-se sonhos nas asas da descrença, voltam sonhos nas asas da esperança e  só o fim da esperança é o começo da morte!

 

Fonte:

GRIMAL, P. - Dicionário da Mitologia Grega e Romana [ trad. V. Jabouille ] - Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2ª ed., 1993;Hesíodo. Os trabalhos e os dias. Tradução de Mário da Gama Khuri ;Hesíodo, Teogonia. Tradução de Mário da Gama Khuri.;VERNANT, J.-P - O universo, os deuses, os homens - São Paulo: Cia. das Letras; Augusto dos Anjos;Charles de Gaule

FAÇA SUA VIDA VALER A PENA, ANTES QUE SEJA TARDE!

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Eu achei esse video muito verdadeiro e gostaria de compartilhá-lo com vocês!

Um forte abraço,

Paulinho…

Praia para Todos… ressocializando!

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Fico lembrando daquelas vezes que eu ia à praia,   jogava o meu volley ou futebol e depois de uma cansativa partida, corria para a água e  mergulhava… era uma sensaçao maravilhosa… que me refrescava e reenergizava… que saudade…

Quantas pessoas  tem todas as condiçoes físicas e psíquicas ditas normais e nao aproveitam a  vida, perdem seu precioso tempo reclamando, remoendo passados, dores, vivendo de mágoas, trancadas dentro de casa, trancadas dentro de si …

Há quanto tempo você nao caminha na areia, observa o mar, mergulha…???

Mais um verao veio, só que nesse eu nao pude entrar no mar, já havia tido 2 oportunidades anteriores, uma com os meus amigos Zé Luiz e Everson e a outra com o meu cunhado Marcelo… A Marciah, incansável e paciente como sempre,  me levou à praia um dia bem cedinho… Foram 25 minutos para alcançar a beira do mar aqui no Posto 4 nos meus passinhos de tartaruga, mas nao deu pra entrar na água,  ela sozinha nao conseguiria me ajudar.. ficamos muito frustrados…

Assitindo a novela “Viver a Vida”, fiquei sabendo do “Praia para Todos”   e, desde entao, a inquietaçao e a curiosidade tomaram conta de mim.

Pesquisei no Google,  li sobre essa iniciativa da ong “Novo Ser”… e que bela iniciativa!! Encontrei o site, me cadastrei, recebi o retorno da Nena e do Ricardo Gonzalez, que foram super atenciosos e me informaram que o “Praia para Todos” estaria aqui em Copacabana, no Posto 5, durante todo o mês de abril..

Oba!!!!! Tudo bem que mergulhar tinha ficado para trás, junto com tantas outras coisas que eu gostava de fazer, mas chegava a hora do meu tao sonhado banho de mar

E a ansiedade só aumentava, mas dia 4, que seria o primeiro dia, foi domingo de Páscoa e consequentemente nossas obrigaçoes religiosas, o almoço em família…etc e tal.  No dia 11,  saímos daqui do BPeixoto e a Marciah foi me empurrando na cadeira até o Posto 5. Chegamos lá e a grande decepçao, por causa da ressaca nao houve o projeto. Ainda nao foi naquele dia que eu entrei no mar…  mas nao perdemos o domingo, ela me levou até o Arpoador, passeamos, fizemos algumas fotos… como sempre ela nunca me deixa perder o ânimo.

Terceiro domingo de abril!

Chegou o grande dia!!!  Um lindo domingo, céu de brigadeiro!

A Márciah acordou um pouco cansada (na véspera foi a festa de aniversário da  Danielle  e dormimos bem tarde),  sugeriu que fossemos de Metrô, porque empurrar cadeira de rodas aqui pelas ruas é uma verdadeira maratona… coitada… e coitado de mim tambem que  vou pulando que nem pipoca… Entramos na estaçao  Siqueira Campos, ao lado de casa,  descemos uma estaçao depois, na Cantagalo… foram 15 minutos procurando um funcionário do Metrô para nos ajudar a sair para a rua… o elevador para deficientes estava quebrado e nao havia nenhuma indicaçao, nao havia ninguém para colocar a minha cadeira na escada rolante… mas depois de tanto esperar, desistimos… mas nao da praia…

Ainda na plataforma, bastante chateados, esperamos o próximo trem e nos dirigimos até a próxima estaçao, Ipanema. Nao sabíamos que a saída pela  Bulhoes de Carvalho nao tem acesso para deficientes. Além de nao possuir elevador até a rua,  o elevador que leva até os dois lances de escada rolante, estava inoperante… e o pior disso tudo, pasmem, a estaçao acabou de ser inaugurada e nao se preocuparam com a acessibilidade para cadeirantes nesta saída... mas sobre o Metrô Rio, falarei em um novo post.

Apesar dos infortúnios, ainda tinha certeza que valeria a pena ir à praia…

Foi difícil chegar até a Atlântica, até porque  acesso pela Rua Souza Lima ao calçadao da orla, nao  existe. O meio fio tem cerca de 25 cm de altura, teríamos que andar bastante até o próximo sinal, onde conseguiríamos atravessar, mas era longe…nossa quanta dificuldade para um cadeirante…  Nao bastasse a dificuldade em subir e descer os 25 cm de meio fio,  esbarramos com mais um problema. A ciclovia também tem meio fio alto. Mas as vezes aparece uma boa alma que ajuda a suspender a cadeira…. e apareceu, claro!

O Banho de Mar foi diferente,  entrar sem andar …. mas gostoso do mesmo jeito…aquelas ondas batendo… fiquei lá quase 30 minutos, eles ficariam  mais tempo comigo, na maior boa vontade,  mas a Marciah sugeriu que saíssemos, pois outras pessoas tambem aguardavam… mas  ficou um gostinho de quero mais…

Só tenho a agradecer muito a Deus por isso, foi mais uma  consquista e mais uma superaçao… e, apesar de nao ser mais quem eu era antes em muitos aspectos, eu estou ótimo e feliz.

Nao tenho  palavras para descrever a Equipe do “Praia para Todos”… o mínimo que posso dizer é que  todos sao super gentis carinhosos e interessados. Em especial, preciso agradecer aos três jovens que cuidaram de mim,  a Sarah, a Perla e o Denis, que foram adoráveis o tempo todo e a Marciah, claro, porque se nao fosse a perseverança e pela boa vontade dela em me levar para passear, isso também nao teria acontecido.  Muito obrigado por realizarem mais este sonho!!!!

E fica uma coisa a pensar… ás vezes um deficiente físico tem uma família  e ninguém dessa família se predispoe a perder algumas horas, de um dia qualquer, para o levar para um passeio, para tomar um sorvete que seja ou um café na esquina… e aí, este grupo voluntariado do “Praia para Todos”,  que trabalha e estuda durante a semana,  se predispoe a nos conceder os domingos deles, proporcionando momentos  maravilhosos para todos nós… e sem pedir nada em troca… sem nunca ter recebido nada de nenhum de nós…

Muito obrigado a vocês do “Praia para Todos”!

Clique nas fotos para ampliá-las.

Atualizados recentemente     Atualizados recentemente1

Atualizados recentemente2    Atualizados recentemente3

Acima, Denis, Perla, Sarah e eu… “Praia para Todos” é o máximo!

Um pouco tímido no depoimento…

Utilidade Pública: Credenciais de Estacionamento para Pessoas Portadoras de Necessidades Especiais e Idosos

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Segundo o Conselho Nacional de Transito, a partir de agora, só podem estacionar nas vagas epeciais - reservadas para portadores de necessidades especiais e idosos - pessoas devidamente cadastradas e identificadas.
Antes, era obrigatório um adesivo colado no vidro do carro para que utilizassem a vaga especial porém, a nova credencial acaba com essa exigência.

Facilitará demais porque nem sempre o credenciado utiliza o mesmo veículo, basta ele levar sempre consigo a credencial e deixá-la no painel, bem a vista.
Os adesivos especiais já estão sendo substituídos por credenciais, que sao válidas em todo país.

Como ter direito a este benefício:


O cadastramento é feito no órgão de trânsito da sua cidade
Apresentar cópias e originais: carteira de identidade, CPF e comprovante de residência.
Para portadores de necessidades especiais, é necessário apresentar um laudo médico emitido pelo Sistema Único de Saúde.

Nao perca a oportunidade de fazer valer os seus direitos!

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Fonte: Acessibilidade no MS

"Nunca me dei o direito de desistir, nem nos piores momentos. Eu acredito muito na vida"- Monica Messias

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Madrugada de 2 de abril de 2010. Assistíamos ao programa do Jô e ao término deste, comecei a escanear os canais à procura de algo interessante... encontrei... Infelizmente a entrevista já estava terminando, mas pude ver aquela bonita jovem falando do seu livro e de sua experiência de vida.
Procurei informaçoes no Google e ficamos tao motivados que entramos em contato com ela, solicitando autorizaçao para publicar a fantástica historia dela aqui na nossa pagina.

Leiam o artigo que o repórter: Marcelo Abreu, do Jornal Correio Braziliense, escreveu sobre Monica Messias, autora do livro "DOÇURA AMARGA".

Capa Doçura Amarga

O livro de Doçura Amarga de Mônica Messias, é uma história recheada de emoção. Depois de ouvir tudo o que aquela moça diz, só fica uma certeza: a vida é mesmo uma lição diária. Às vezes, inexplicável. Às vezes, dolorosa. Às vezes, um verdadeiro milagre. E ela, a protagonista dessa história, mesmo com todas as marcas que isso lhe causou, apostou apenas na vida: "Vivi sempre esperando o dia seguinte. Eu acreditava que uma coisa muita boa ainda fosse chegar".
Segunda-feira, 11h30 da manhã. Lá está Mônica Pinto Messias, hoje com 36 anos, moça bonita, de cabelos compridos e sorriso apaixonante. A conversa é na sala espaçosa, da casa com poucos móveis, com piso de tábua corrida, na QL 10 do Lago Sul. Os olhos da moça, mesmo opacos, revelam expressividade. Ela fala da vida como se contasse uma história. Uma longa história. Ela sabe que é a melhor - por mais dolorosa - que tem para contar.
Para entender como essa história começa é preciso retroceder. Voltemos aos dois anos de vida da menina. Nessa época , o médico recomendou, sem explicar muito aos pais, uma dieta alimentar. Fez apenas restrição ao açúcar. Mas não alertou mais que isso. A menina crescia, junto com seus três irmãos. Era peralta e até então saudável. Aos 11 anos, uma tosse muito forte a levou ao médico novamente. Suspeitava-se de bronquite. Gordinha, ela começou a emagrecer assustadoramente. Sentia muita sede, bebia muita água e fazia muito xixi.
Um exame detectou glicemia alterada (níveis altos de açúcar no sangue). Era diabetes do tipo 1, o mais grave. E a recomendação médica foi mais rigorosa quanto à dieta. Aos 11 anos, a menina passou a fazer uso de insulina. Mas a vida seguia. Aos 14, ela era uma adolescente saudável. "Como eu jogava vôlei e tinha sempre uma atividade física, de vez em quando eu fugia da dieta. Comia doce e chocolate, minha tentação", conta.
Mas veio a rebeldia da adolescência. As amigas eram todas muita saudáveis. E ela queria ser igual às meninas de sua idade. "Vivia como se não tivesse diabete. Comia de tudo. Quando exagerava, a única coisa que sentia era muita sede e ia mais vezes ao banheiro", lembra.
Aos 17 anos, estudiosa, fora aprovada em dois vestibulares. Cursava educação física de manhã e psicologia à noite. "E ainda trabalhava à tarde numa loja. Me sentia o máximo porque comecei a ter meu próprio dinheirinho." A vida, o diabetes e as aplicações de insulina continuavam. Aos 19 anos, Mônica foi morar em Londres. Queria aprender inglês. Lá, por seis meses, admite que se descuidou da dieta. "Fui mais negligente." Chocolates, sorvetes e todas as guloseimas doces entraram no seu cardápio. Sem culpa.
O início do drama
Na volta ao Brasil, Mônica terminou o curso de educação física, arrumou um emprego na Câmara dos Deputados e levava, mesmo com as doses diárias de insulina, uma vida ainda normal. Saía com os amigos e, de vez em quando, se permitia escapar da dieta. "Eram sempre escapadas com muita culpa", recorda-se.
Aos 23 anos, um exame de fundo do olho revelou o que de pior estava por vir. O médico lhe disse que havia pequenas hemorragias (derrames) nos vasos do olho esquerdo. Sinal de que o diabetes estava começando a apresentar danos. "É uma doença que vai te destruindo silenciosamente. Quando aparecem os sinais, são quase irreversíveis", reconhece.
A dieta teve que ser mais rigorosa ainda. E mesmo assim, a hipoglicemia (baixos níveis de glicose no sangue) não era mais controlada. Vieram os desmaios freqüentes. E as primeiras complicações renais (também em função do diabetes) começaram a aparecer. Mas, naquele momento, a maior preocupação era com os olhos. A visão estava cada vez mais embaçada. Aos 24 anos, tentou-se uma cirurgia, em Goiânia. Mônica nunca mais enxergou do olho esquerdo. Só lhe restava, então, a visão do olho direito. Foi, de fato, o primeiro grande golpe da doença.
Aos 25 anos, enquanto assistia a um programa de televisão, uma mancha vermelha (na verdade uma grande hemorragia) cobriu-lhe todo o olho direito. Foi a última vez que enxergou alguma coisa. Mônica ficara cega. "Mas eu ainda tinha alguma esperança de que a situação se revertesse". Onze anos depois, a visão nunca mais foi recuperada.
O rim e o pâncreas:
A moça bonita teve que se adaptar ao difícil momento que a vida lhe reservara. Aos 25 anos, no auge da produtividade, cheia de planos e sonhos, namoro, estava sem visão. E o golpe mais duro: enxergar-se como uma pessoa cega. "Sempre tive aflição de gente cega. Me lembrava, quando era adolescente e andava de ônibus, daquelas pessoas entrando e pedindo esmolas." Mas ela precisava encarar o novo momento. Foi aprender braile numa escola para deficientes visuais, na 612 Sul. "Ali, comecei a mudar meu conceito sobre pessoas cegas", diz, emocionada.
E o drama não parou por aí. Os rins começavam a falhar. E vieram as dolorosas sessões de hemodiálise e depois diálise peritonial. Mônica vivia em hospitais. As crises eram terríveis. Quando voltava para casa, procurava fazer alguma coisa que lhe desse prazer. Descobriu que escrever era uma delas. Com um computador adaptado para cegos, escrevia coisas sobre ela mesma, sua família, os amigos. "Coisas que nunca falava para ninguém. Mas era apenas para passar o tempo.".
Os escritos ficaram cada vez mais constantes. Mônica passava noites em claro escrevendo. Quando percebeu tinha feito um livro. O nome? Doçura amarga, conseqüências do diabete. Em agosto de 1999, com recursos próprios, o livro foi lançado. Virou um sucesso.
Mas os problemas de saúde continuavam. Os rins, definitivamente, pararam de funcionar. As crises de hipoglicemia eram quase diárias. Só havia uma saída: transplante. O pai de Mônica, vasculhando a internet, descobriu que em São Paulo uma equipe realizava, ainda em caráter experimental, um duplo transplante: de rim e pâncreas (órgão responsável pela produção de insulina). Seria uma tentativa. A única chance para continuar vivendo.
Ainda em 1999, ela e mãe, a professora de música Virgínia Messias, de 60 anos, mudaram-se para São Paulo. Mônica submeteu-se a uma baterias de exames. Entrou na fila de doador cadáver. A espera era angustiante. Em 2002, um telefone de madrugada, a chamou para o grande momento. Havia um rim e um pâncreas a sua espera. No Hospital Albert Einstein, na capital paulista, Mônica passou sete horas dentro de um centro cirúrgico. A cirurgia, a princípio, foi um sucesso. Três meses depois, ainda internada, o rim parou de funcionar. Era, mais vez, a esperança indo embora.
Mas o inesperado bateu à sua porta. Como milagre, sete meses depois, em novembro de 2002, um novo rim chegou. Mais um transplante, no mesmo hospital. Em 2003, a equipe médica lhe deu alta. Há quase três anos, Mônica está de volta a Brasília. Leva uma vida normal. "Nem restrição a açúcar eu tenho mais", conta. E brinca, com um sorriso encantador: "Mas não como muito para não perder a forma".
Matriculou-se numa academia de ginástica perto da sua casa. Vai, todos os dias, com a mãe, sua inseparável companheira. Faz musculação e alongamento. E voltou a fazer planos. "Nunca me dei o direito de desistir, nem nos piores momentos. Eu acredito na vida", diz, com os olhos marejados. Depois, abre um sorriso e comenta, deslumbrada com o atual momento: "É ótimo acordar na madrugada e fazer xixi. Sinto uma enorme sensação de bem-estar. Cada dia tô mais próxima do que era". Sobre a cegueira, um momento de silêncio. E a confissão: "Continuo, mesmo depois de 11 anos sem enxergar, tentando me adaptar a ela. Ainda é muito difícil".
Duas horas e meia ouvindo Mônica falar é ter a certeza de que a vida é mesmo um grande desafio. E, por algum motivo ainda não explicado, algumas pessoas o fazem melhor. Essa moça é o grande exemplo disso. Deixa até o ser humano mais humano.
** Fonte: (Jornal Correio Braziliense, repórter: Marcelo Abreu) Data: 04/07/06 **
Quem quiser comprar um exemplar (R$ 20), pode ligar para a autora, no telefone 61-3248-5901 ou solicitar por email: monicamessias@uol.com.br . Eu comprei o meu via deposito bancário, ela te enviará os dados necessários. Boa leitura!

O hoje é uma realidade, o amanha, uma quimera!

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Eu nunca imaginei a possibilidade de ficar doente, muito menos deficiente físico.

O fato é que ninguém quer pensar nisso, mas eu gostaria de ter pensado... e, com certeza absoluta, teria valorizado muito mais as coisas simples da vida, as coisas que eu mais gostava de fazer... teria modificado muitas coisas há muito, porque hoje eu sinto falta de nao ter aproveitado melhor o meu tempo, sempre preocupado em agradar os outros, em fazer pelos outros, muitas vezes esquecendo de mim...

Como era bom ser livre, poder pedalar... a liberdade de sentir o vento no rosto... e depois ir até um quiosque na orla, comprar um côco e beber a água refrescante... ou quem sabe segurar a garrafa de água mineral e torcer a tampinha para abrir... Pois é, eu devia ter pedalado mais, ter jogado mais futebol, ter dançado mais... ter bebido mais água mineral... mais long necks...

Era tao corriqueiro poder abaixar e pegar uma coisa que caiu.... e tem gente que derruba as coisas e segue adiante como se nada tivesse acontecido!!!

Era bom demais a privacidade do meu banho, deixar a agua correr e eu ali, totalmente sozinho... poder me ensaboar com as duas mãos e depois escovar meus dentes, colocar a pasta de dentes na escova!!!

Deveria ter molhado mais as plantas dos jardins nos fins de tarde, sentindo aquele cheirinho de terra molhada...

Sinto falta dos nossos domingos no Rio, de acordar cedo, da caminhada que fazíamos antes da praia daqui de Copa até o Leblon, dos mergulhos no mar... sinto falta dos sábados em que eu a deixava dormindo enquanto ia comprar frutas e trazia sempre uma flor para colocar na bandeja do café da manha que eu preparava pra ela...

Não espere para pensar que isso pode acontecer com você, para que você mude de atitude perante as pessoas e as coisas que estao na sua frente.

Aproveite mais a sua vida, viva o hoje com intensidade, sem perder a responsabilidade. Chega de sentir depressao, tristeza, desanimo! Olhe ao seu redor, com certeza os seus problemas sao muito menores do que os de muitos.

O que voce pode fazer para melhorar a situaçao que voce esta vivendo? Nada??? E se eu tivesse me acomodado aceitando as palavras dos medicos e nao tivesse reagido,lutado?

Levante a cabeça, olhe para cima, respire fundo, recomece!

Aprenda a nao sofrer pelas coisas que voce nao detem o controle, porque essas, nao dependem de voce para ficarem melhores!

Sofra pelas coisas que voce pode modificar e depois que as modificá-las, fique muito feliz!

O hoje é uma realidade, o amanha, uma quimera! Entao, Carpe Diem!

(((Carpe diem é uma frase em latim de um poema de Horácio, e é popularmente traduzida para colha o dia ou aproveite o momento. .)))

Os médicos diziam que seria muito difícil eu voltar a andar, mas eu consegui!

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Era dezembro de 2007. Estava no Hospital Rio Mar, no RJ. Havia sido transferido  do Hospital Nipo Brasileiro, em SP, onde fiquei internado por 50 dias.
Ainda estava tonto, desorientado, perdido mesmo. Não conseguia ao menos permanecer sentado, precisava de vários travesseiros me apoiando,  porque eu deslizava na poltrona...
Me lembro de poucas coisas, mas lembro bem que era um entra e sai no pequeno quarto do hospital... enfermeiros, médicos, fisioterapeutas, visitas...  E nesse vai e vém de profissionais eu fui atendido por vários fisioterapeutas.
Concordo que eu nem estava em condiçoes de pensar nisso, mas não havia deixado de ser homem porque tive um AVC... a verdade é que haviam algumas fisioterapeutas  muito bonitas...  
Só que algo mais forte do que essa minha "sensibilidade masculina" me aproximou "dele"... ele era sério, fechado, voz grosssa... totalmente diferente das mocinhas meigas que me atendiam... 
Eu teria que contratar um fisioterapeuta para fazer os atendimentos domiciliares... e senti que ele era "o cara" que Deus colocou no meu caminho pra me ajudar.  
Era aquele profissional - que eu ainda nao sabia ser tão competente - que me tiraria daquela! Eu tinha certeza!!!
Foram sessões diárias, de domingo a domingo, e, pra complementar o trabalho do Rafael, ainda tinham mais sessoes, 3 vezes por semana, com o Fernando, do Home Care, que tambem é um excelente profissional.
Quando me lembro.... nossa!!!! As vezes nem sei se quero lembrar... senti muitas dores, foram muitos pedidos de por favor "Doutor" - como eu carinhosamente o chamo - eu nao aguento...  e ele apelava  para minha mulher, que vinha para o quarto participar das sessões e, enquanto ela me distraía, com beijinhos e carinhos, ele conseguia fazer aqueles doloridos alongamentos em mim...  foram muitas lágrimas... lágrimas vertidas pela dor física... e as piores... as vertidas pelas dores da alma... eu sofri  demais... não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo comigo, eu nao merecia... 
O fato é que Deus sabia que eu não merecia mesmo, por isso que ele colocou o Rafael  e outras pessoas que citarei adiante no meu blog, em meu caminho.
Eu voltei a caminhar - dentro das minhas limitaçoes, é claro - e estou contando parte da minha historia para que outras pessoas, que estejam passando por problemas iguais ou semelhantes ao meu, nunca percam a esperança e a fé. 
E, se precisarem de um fisioterapeuta, nao deixem de procurar o Rafael.


Entrevista com o fisioterapeuta, Rafael Orfei Dorileo.

Para uma sessão de fisioterapia surtir o efeito esperado, são necessários quantos minutos?
A duração de uma sessão vai variar de acordo com o caso clínico do paciente, sua idade, disposição física, entre outras variáveis. Em geral dura de 40 a 60 min.


Com que freqüência e durante quanto  tempo o paciente deve fazer fisioterapia?
A frequência e o período do tratamento irão depender do caso clínico. Por exemplo, em uma recuperação funcional de pós operatório de fratura de fêmur, 3 a 5 vezes por semana durante poucos meses. No caso de um AVE grave , no início são necessárias sessões diárias e posteriormente 3 sessões semanais para manutenção. Nesse caso o tratamento é longo e este paciente pode ter que realizar fisioterapia por toda a sua vida.
Eu sinto muito a falta dos movimentos do meu braço esquerdo, e pelo visto ele nao tem dado sinal de que vai voltar "a funcionar" e eu queria saber por que a dificuldade maior em recuperar os movimentos dos braços e das maõs?
A mão representa, na área motora do cérebro, o órgão mais complexo no que diz respeito à motricidade (Conjunto de funções de relação asseguradas pelo esqueleto, musculos e sistema nervoso, e que permite o movimento e o deslocamento dos animais). Após o período de hipotonia (diminuiçao do tônus muscular), na maioria dos casos, o paciente entra na fase de hipertonia (aumento da rigidez) da musculatura do dimídio corporal (lado do corpo)acometido. Uma das manifestações desse quadro é a espasticidade (aumento do tônus muscular,  causado por uma condiçãon neurológica anormal) . Esta será em padrão extensor, no membro inferior, e flexor, no membro superior. No membro superior existe grande acometimento (comprometimento) da articulação do ombro, cotovelo e punho. Com o passar do tempo ocorre fibrose (endurecimento do tecido) nessas articulações, o que dificulta mais ainda na mobilidade ativa ou passiva, ao contrario do que ocorre no membro inferior, pois a espasticidade ""' facilitará"   na recuperação funcional da marcha. Além disso tudo, devemos também sempre levar em conta, a gravidade e extensão do AVE, assim como a área afetada do cérebro.

Na sua opinião, quais foram os principais ganhos que obtidos por mim desde o inicio do tratamento?
Sem dúvida alguma seu maior sucesso é ter uma marcha funcional(caminhada), pois devido à gravidade do AVE que você sofreu, o prognóstico pra  voltar a andar era duvidoso. 
Além disso, conquistaste um grau considerável de flexão de joelho; redução da espasticidade geral; ótima recuperação psicológica  e o mais importante de tudo, tens uma vida social ativa e uma mente previlegiada.

"Aceitar o meu destino e viver o resto da minha vida amargurado, revoltado e deixando que os outros sentissem piedade de mim, ou seguir em frente mesmo com toda a dificuldade e transformar a adversidade em uma bandeira de luta." Escolhi a segunda opção. Gervásio Pierre

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Ontem  divulguei meu blog através de email, Facebook, Orkut, telefonemas e coisa e tal.
Recebi inesperadas manifestaçoes de carinho… Carla, Marcia, Leyla, Patricia, Araci, José Luiz, Lourdes, Fernanda, Marcelo, Elaine, Fernando,  Dr Henrique, Rosalvo, Gustavo, Marco, Gilberto, Ricardo, Silvia, Ana Maria, Simone,  Leticia, Carla B, Ana Julia, Juliana, Andreia Fono, Helio, Fabio, Adriano, William, Hermano, Claudia M , Geraldo…. (me desculpe se eu esqueci alguém, mas acabo nao conseguindo citar todos, mas que merecem igual consideraçao).
Nao, Gervásio, eu nao te esqueci, mas você merece uma citaçao diferenciada...
Leiam o que o Gervásio me escreveu:

“Paulo, boa noite.Vc é uma das pessoas que pouco convivi, mas nunca esqueci. Parabens por ser exemplo para os que estão a sua volta, viva o hoje como se não houvesse o amanha e saiba que vc é uma pessoa especial desejo-lhe muita paz, alegria e sucesso. Abraços do amigo mineiro Gervasio Pierre.”

Eu nao tenho mantido contato estreito com o Gervásio Pierre. Moro no Rio e ele em Timoteo-MG, mas confesso que adoraria. Algumas horas de convivência foram suficientes para que eu me inspirasse no exemplo de vida desse Homem.
Nos conhecemos em junho de 2008, em Santo Antonio de Padua- RJ, na casa da Monica(http://eraoutonoembarcelona.blogspot.com ) e do Messias, meus cumpadres, onde fiquei hospedado. Fui à Padua para o evento do GRUPARKINSON ( http://gruparkinson.zip.net), do qual a Monica e o Gervasio sao membros e presidentes.
Deem uma passadinha la no site dele para conhecerem um pouco do trabalho desse homem admirável!

Resiliência...

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Gente eu sei escrever!!!!! Pode ser que vocês encontrem palavras escritas sem espaço, faltando letras, acentos, mas é que tudo mudou para mim depois do AVC...
Perdi 80 % do meu hemisfério direito e ainda tive uma lesao no hemisfério esquerdo.
Bem, como prêmio, fiquei hemiplégico esquerdo, perdi 50% do campo visual esquerdo -das 2 vistas- fora as sequelas devido a extensao da lesao.
Vocês devem achar que sou louco, considerar uma deficiência física um prêmio???
É claro que tenho que considerar como um  prêmio e tenho plena consciência que, teoricamente, nao era para eu estar aqui hoje.
Fiquei horas caído no meu apartamento, sofrendo, consciente, mas sem entender direito o que se passava comigo e sem ninguém saber o que estava acontecendo.
Depois que fui encontrado e encaminhado para o hospital, fiquei internado por 66 dias, fui submetido a uma craniotomia, tive infecçoes, etc, etc....e  todas as complicaçoes decorrentes de uma internaçao longa.
Eu nao sentava, nao falava, nao comia, fiquei mal demais,  mas se DEUS preferiu assim, era porque ainda faltava escrever a outra parte da história da minha vida.
Preciso usar essa oportunidade pra expressar e compartilhar a minha experiência. É meu dever.
Por isso o tema desse post chama-se RESILIÊNCIA.
A resiliência é a capacidade de superar e crescer diante dos obstáculos que se apresentam, por mais traumáticos que sejam, é descobrir as nossas FORTALEZAS!!!
Eu venho descobrindo as minhas....
Boa semana pra voces!!!

Paulinho...